Olá amigos!
Estou começando um novo site. Um site que leva o meu nome no domínio – Felipe de Souza. O objetivo deste novo projeto é postar artigos, vídeos, textos, pensamentos e trabalhos científicos da Mindfulness Psychology, a Psicologia da Atenção Plena.
Saiba mais aqui – O que é Mindfulness?
Ontem publiquei um vídeo no qual há a seguinte questão: Quanto tempo você consegue ficar sem celular? E desde então tenho procurado responder a esta pergunta.
Estar aqui e estar em qualquer lugar
O grande objetivo da Mindfulness Psychology é desenvolver em cada um o estado de Mindfulness. O estado de atenção plena. Em espanhol, vejo bastante a tradução de Mindfulness por consciência plena.
Por exemplo, aqui e agora, em minha bela cidade de São Lourenço (MG) estou ouvindo dezenas de passarinhos cantando. Isto está acontecendo aqui. E, principalmente, está acontecendo agora.
Qualquer tecnologia pode ser utilizada para o bem ou para o mal, para nos colocar no estado de piloto automático ou para nos trazer para o momento atual. Imagino que desde que as primeiras tecnologias foram inventadas, existe a discussão sobre a ética da tecnologia.
Uma foice é boa ou ruim? Depende. Dependo do fim. Se for utilizada para a agricultura, será útil e boa. Se for utilizada para matar alguém será desastrosa e má. Assim é com a energia atômica. E assim é com a TV e com a internet.
Em alemão televisão é fernsehen. Sehen é o verbo ver. E fern significa longe. Ver ao longe. Em português temos igual sentido, embora não pareça tão claro quanto deve parecer na língua de Freud e Jung. Ver a distância.
É bom saber o que está acontecendo na Síria? É bom saber o que está acontecendo nos Boletins Policiais? Sim, porque grande parte da pauta de um jornal se baseia nos B.O de delegacias de todo o Brasil…
Então podemos responder que é bom. É bom porque podemos saber de uma infinidade de coisas que não saberíamos se não tivéssemos TV. Porém… é útil? Vai te fazer bem? Você poderá fazer alguma coisa pela Síria ou pela política?
Imagino que a resposta será negativa.
Com a internet temos um fenômeno totalmente novo, porque agora somos nós que fazemos a programação. Você pode ver um documentário. Uma piada. Uma notícia (verdadeira ou falsa). Você fala com as pessoas. Compartilha e curte.
É um fenômeno tão inédito que a minha filha adolescente simplesmente não quer ter uma TV em seu quarto. (Quando tinha a idade dela, todo e qualquer adolescente queria ter uma TV só para si).
Então, a internet é boa ou é ruim? De novo, depende. Depende do uso que façamos dela. Seria impossível para mim publicar este texto sem internet. A internet, para mim em sua maior parte, é um trabalho. E existem milhões de pessoas que também trabalham online.
Mas o que eu tenho percebido – e me incluo na equação – é que perdemos muito tempo na internet. É um tempo totalmente improdutivo. Para nada. Igual antes quando ficávamos 4, 5 horas em frente a TV (a metade destinada a ver comerciais), agora ficamos nas redes sociais ou outros sites interessantes, mas não muito úteis.
Do mesmo modo que com a TV, com a internet estamos vendo o que está longe. Não estamos vendo o que está perto. Por isso, não é a toa a sensação que todos parecem estar tendo de que o tempo está passando rápido demais. De que não dá tempo para fazer nada…
Portanto, eu lhe faço um desafio! Toda semana, durante um dia inteiro fique sem TV e sem internet.
Desafio: um dia sem TV e internet
Sem TV e sem internet certamente você terá mais tempo. Mais tempo para encontrar os amigos, no mundo real, mais tempo para pensar e conversar consigo mesmo, mais tempo para apreciar a beleza na arte ou na natureza, mais tempo para se cuidar. Você certamente também terá menos preocupações. Verá que o mundo não está tão perdido como se vê nas telas.
Você certamente aproveitará a presença de quem está perto de ti e não ficará vagando e divagando com o que não está presente.
E muito mais…
Com as práticas da Mindulness Psychology, começamos a perceber cada vez mais que a vida acontece aqui e agora. Não acontece mais ontem. Não acontece no que vai ser amanhã. E, igualmente, não acontece no que está longe. Como a maior parte do que vemos na TV e na internet (o que está longe) não tem muito sentido e não é útil e geralmente não é positivo, porque não desligar e focar aqui?
Talvez você não tenha nada para fazer. Talvez você não tenha nenhum lugar para ir. E começar a perceber isso, que a sua felicidade independe dos resultados externos, lhe trará mais paz, mais calma e mais tranquilidade.
Participe do desafio! – você pode começar em um domingo ou em um dia em que não precisará fazer nenhuma atividade profissional – e depois deixe seu comentário abaixo!
Obrigado Felipe!
Olá, Felipe. Sou estudante de economia, porém tenho uma enorme paixão pela psicologia. Acompanho seu site há um tempo, e confesso que ele é muito edificante. Eu fiquei alguns meses sem facebook e já fiz esse desafio sem rede social. Eu senti muita falta nos primeiros momentos, mas vale muito apena! Você valoriza as coisas mais simples da vida e sobra mais tempo para estudar, conversar com a família. Vale apena!
Bacana Lorraine!
Eu – como trabalho online e divulgo também pelas redes sociais – fica um pouco difícil ficar totalmente sem. Mas estou pensando em alternativas de automatização da divulgação. Ao menos um dia, com certeza, dá pra ficar! :)
E é como tu disseste! Sobra muito mais tempo!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
No meu caso tem sido dificil e até porque tenho perdido muito tempo nisso, o que faço para e!iminar esse vicio.
Olá Escrivão,
Como todo e qualquer “vício”, basta substituir por outro comportamento.
Se estiver difícil para ti, sugerimos fazer terapia com um profissional da psicologia.
Amanhã falaremos mais sobre este aspecto, no chamado Transtorno do Jogo Online.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe, boa noite!
Ótima sugestão, vou aplica-la e depois compartilho o resultado, estou no 5º período de Psicologia e sempre debatemos sobre esta questão em sala de aula.
Bom dia Felipe,
Sou psicóloga e gostei muito do que você escreveu. Aliás, é um desafio para o momento atual.
Gosto também porque você não apresenta somente teorias, mas traz questões do cotidiano que com certeza ajuda a muitos.
Uma boa semana menos virtual para nós!!!
Olá Simone!
Eu sempre pensei como os grandes autores que estudamos (Jung, Skinner, Freud, Rogers e companhia) escreviam tanto.
Imagino que o fato de não terem TV – pelo menos os mais antigos não tinham – e principalmente internet contribuía com mais tempo, rs.
Uma coisa que me acham a atenção é que eles escreviam cartas. Cartas muitas vezes extremamente longas. Hoje um email de 1.000 palavras, infelizmente, é considerado um testamento.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Infelizmente, eu estou completamente viciada em internet (facebook, whatsapp, joguinhos, etc). Acho que a cada 10 minutos eu verifico meu celular para ver se tem alguma mensagem, algo interessante no face, etc. Teve um dia que sai para trabalhar e dentro do onibus eu vi que tinha esquecido o celular em casa carregando… entrei em pânico! Me deu uma agonia, uma sensação de vazio mesmo. Sendo que, ao chegar ao trabalho eu teria acesso à internet. Loucura né? E olha que eu tenho 30 anos e vivi muito bem e feliz até mais ou menos uns 14, 15 anos sem essa onde de celular com internet e tal. Estamos numa época que ficar sem fazer nada, ainda que seja ouvindo os passarinhos ou apreciando uma paisagem, é difícil. Parece que estamos perdendo tempo. Pelo menos comigo é assim.
Exatamente Cristina!
A impressão que dá é que estamos perdendo algo. Que não estamos vendo alguma atualização e de que ficar sem fazer nada é perder tempo.
A Mindfulness Psychology procura nos fazer voltar a atenção para o momento presente e ter alguns espaços de tempo e espaços de silêncio é muito bom:
Veja também – Quando foi a última vez que você ficou sem fazer nada?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Quando vi o link deste post na minha caixa de e-mail tive que entrar para comentar.
Eu na adolescência era um viciado tanto na TV quanto nas redes sociais. ficava mais de 4 horas diretas mexendo no orkut e MSN (na época eram os mais comuns). Assim que acordava a primeira coisa que fazia mesmo que inconsciente era entrar no orkut pelo PC. um dia quando abri os olhos estava na frente dele já digitando e ate fiquei surpreso com isso.
E isso aconteceu depois que comprei meu computador. Antes a inimiga era a televisão. Teve um dia que vi o mal que estava me fazendo e resolvi fazer um teste. ficar 1 dia pelo menos sem ligar ela. Qual foi a sensação que tive? simplesmente conheci o mundo em que estava. me lembro que subi em cima da laje de casa e percebi que existiam várias arvores nas ruas e pássaros voando no céu. havia cantos de diferentes arvores e sons que nunca tinha escutado antes, ou pelo menos não tinha percebido isso.
Gostei da experiência e uma semana depois resolvi ficar uma semana inteira. Essa foi a deixa para nunca mais me interessar por ela e hoje em dia é muito raro eu ligá-la. Comecei a brincar com meus cachorros, a ler livros e a cuidar de plantas e conversar com vizinhos coisa que raramente fazia. Ganhei um mundo novo que já estava presente sem eu saber.
Mas tudo mudou quando consegui meu computador. o novo inimigo que apareceu foram as redes sociais. quando percebi que deixava de dormir e me importar com o que acontecia ali resolvi deletar permanentemente o orkut, depois msn e facebook. só mais recentemente que voltei a utilizar o Facebook e o Twitter. utilizo mais para compartilhar protestos, abaixo-assinados e notícias de conhecimento importante no geral.
Uso agora a internet como forma de aprendizado seja para me ajudar em uma profissão ou para ganhar conhecimento que pode realmente me ajudar de alguma forma. Sempre fico alerta se vejo uma notícia ‘essa notícia vai me ajudar em algo? se sim, continuo, caso contrário não leio’.
Vi esse vídeo a um tempo e ele mostra o que podemos perder dando tanta atenção para esse tipo de coisa:
Olhe Pra cima… (look up)
Olá Pablo!
Muito obrigado por deixar aqui este belo depoimento!
Felipe, boa tarde!
Primeiramente parabéns pelo post…fantástico esse desafio! Como nos acostumamos a nomear tudo que nos cerca, penso que esse chamado “vicio” muitas vezes é utilizado como uma forma de desculpa para evitar os relacionamentos interpessoais. Penso que a mudança tem que partir de nós. Precisamos QUERER fazer diferente. Creio que todos que queiram cumprir de verdade esse desafio conseguirão vencer e verão como será uma excelente experiência nesse mundo tecnológico atual.
Cristiane,
Um dos criadores do google recentemente falou que a internet será imperceptível no futuro. Com a internet 5G e 6G estará em tudo, nas estradas, nos eletrodomésticos, nas televisões, etc. Será como a eletricidade. Nem perceberemos que estamos online dada a velocidade de conexão e ubiquidade do sistema.
Mas assim como a eletricidade, como fez Jung em sua casa no lago, podemos ter momentos off. Momentos sem eletricidade, sem modernidades, sem internet. A experiência é muito interessante porque passamos a ver claramente como a ansiedade também vem deste ter que estar conectado o tempo todo.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá boa tarde.
Sou leitora a algum tempo do site, amo os textos, e tento realmente aplica-los em minha vida! O que quero perguntar, não tem muito haver com o tema acima, mas estou com essa dúvida e espero que você consiga me responder.
Sou estudante do ensino médio, e minha paixão por psicologia é imensa!!! Tanto que a escolhi como profissão a seguir, como estou no 3° ano do ensino médio, surgem perguntas do tipo: “Qual profissão deseja seguir?”. Rapidamente, respondo pscicologia. Mas hoje em uma aula comum, como as outras surgiu essa mesma questão, quando respondi ao professor ele rapidamente perguntou: Você segue alguma religião?. Eu disse que não, até porque não tenho uma específica. Com isso o professor me questionou dizendo, que quem é psicologo geralmente tem uma religião, na qual leva a mesma muito a sério, e que não consegue separar RELIGIÃO ao TRABALHO. Eu o questionei, dizendo que ele não pode generalizar a todos! Afinal, cada um tem o seu jeito de trabalho. Mas a minha pergunta é: Isso é o que ele disse é verdade? Como profissional o que responderia a ele?…
Aguardo resposta…
Obrigada, desde já!
Olá Amanda!
Fico muito feliz que esteja gostando dos textos!
Então, eu diria que é totalmente independente. Até porque a religião não deve (ou pelo menos não deveria) interferir no trabalho realizado pelo profissional. Muitos tem o pensamento contrário: de que ter uma religião poderia ser difícil na faculdade ou que poderia causar conflitos internos no trabalho.
Falo mais sobre este tema aqui – Psicologia e Deus
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Maravilha esse espaço para fazer está reflexão. Tudo que é exagero, os extremos são danosos. Mas por outro lado a internet pode ser bem usada. Foi por causa e com o auxílio dela que voltei a estudar. Estou terminando o segundo ano de psicologia, e gostando muito. Adorno já afirmava que a televisão poderia ser usada para educação como veículo de massa…mas a internet tem esse diferencial : você escolhe o que quer fazer jogar ou estudar ! Abs
Olá Felipe, posso afirmar que o vídeo que assisti hoje sobre o uso indiscriminado do celular nas ruas e o seu texto salvará minha vida! Eu tinha a mania de olhar o celular e até mesmo digitar mensagens enquanto dirijo. Faço isso também quando estou caminhando e também quando estou com meu marido!!! Isso é muito crazy, absurdo!! É extremamente viciante mesmo, ainda mais eu, que tenho todo meu trabalho à apenas alguns cliques. Só não sei qual outro vício irei substituir enquanto eu estiver na direção ou caminhando, mas eu quero eliminar essa coisa “demoníaca” de vez. Voce teria alguma dica exceto fumar um cigarrinho? kkkkk
Olá Claudia,
Tem uma história que diz assim:
Durante longo tempo, mesmo sendo homem já feito (com mais de 40 anos), ele não conseguia dormir direito. Não era uma insônia pelas preocupações do momento, ou felicidade por ter conseguido o que queria: tinha medo do monstro embaixo da cama.
Todos podiam ver suas olheiras fundas e sua cara de cansado, o que era tão evidente que seu amigo lhe perguntou:
– O que você tem? Você não parece estar lá muito bem!
– É que não consigo dormir. Posso lhe confessar uma coisa?
– Claro! Não é para isso que servem os amigos? Pode confiar em mim.
– Então… é que… (vacilou ele)…é que eu tenho um medo desde pequeno. Não consigo dormir porque fico imaginando que tem um monstro embaixo da minha cama.
– Porque você não procura um psicólogo?
– Boa ideia, respondeu ele. Talvez seja isso o que eu tenha que fazer.
Na semana seguinte se reencontraram. O rosto já estava melhor e o amigo lhe perguntou:
– Procurou o psicólogo? Está fazendo terapia ou análise?
– Não, sabe que não? Tive uma ideia melhor: cortei o pé da cama. Assim não tem como ter um monstro embaixo dela!
Às vezes tudo o que precisamos é não comprar o cigarro, não levar o celular na bolsa ou não carregá-lo, tirar o cabo da internet, enfim, coisas simples e práticas que ajudam a cortar um pouco ou totalmente o vício, rsrs.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Oie..sem televisão é tranquilo, até não curto muito ( muito sensacionalismo). Agora internet eu surto kkkk.
Não é Camille! kkkkk
Mas as pessoas viviam até pouco tempo atrás sem internet… ;)
Como faziam?
Felipe, foi genial sua metáfora! Guardarei com carinho pra sempre! Ficar sem celular não posso, mas colocar a bolsa com ele dentro no porta-malas, sim! Caminhar sem o celular não posso, mas deixar desligado por alguns minutos enquanto caminho, sim! Adorei, adorei, adorei!!!