Olá amigos!
Recebi, por email, uma dúvida de uma querida leitora do site. Ela nos escreveu: “Gostaria de tirar uma dúvida; uma professora da UFMG falou sobre um curso “pós psicologia” que garantiria ao psicologo prescrever remédios, garantiria a este, muitas das funções de um psiquiatra. Não pude aprofundar na conversa, mas estou pesquisando sobre o assunto. Ainda não consegui nenhuma resposta, apenas a palavra de uma professora que garantiu que há uma forma que já esta em uso para conciliar a psicologia e a psiquiatria. O senhor saberia me informar algo a respeito?”
Bem, por tudo que sei, minha resposta rápida seria que isto não existe. O profissional da psicologia não pode prescrever medicamentos psiquiátricos. Entretanto, como não custa nada investigar e tentar descobrir se houve alguma mudança, decidi procurar. Afinal, a informação é de que uma professora de uma renomada instituição de ensino do Brasil, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), havia dito sobre esta novidade.
Pós em psiquiatria
O primeiro caminho que investiguei foi sobre pós-graduações (stricto senso ou lato senso) que interligam a psicologia com a psiquiatria, a neurologia, a farmacologia (ou psicofarmacologia). Em muitas delas, é fato que o profissional da psicologia pode se inscrever.
Com isso, surge realmente a dúvida. Será que um profissional da psicologia, pós-graduado em psiquiatria, neurologia, psicofamarcologia, poderia receitar medicamentos para ajudar seus pacientes?
A resposta é: não.
Nos sites de pós-graduação destas áreas, vi que a inscrição é possibilidade para quem tem graduação em psicologia – na maioria dos casos – mas isto evidentemente não dá o direito de atender com técnicas não estudadas na graduação.
Note bem: na faculdade de psicologia aprendemos psicologia. Embora aprendamos também anatomia, neuroanatomia, fisiologia, farmacologia, estes conteúdos (que não dão nem um semestre letivo) são insuficientes para avaliar, diagnosticar, prescrever ou trocar medicamentos psiquiátricos. Pois a formação é voltada para a avaliação, diagnóstico e técnicas psicoterapêuticas e não farmacológicas.
Do mesmo modo, estudamos estatística, mas não saímos da faculdade com a competência de realizar complicados trabalhos estatísticos, como igualmente, não saímos da faculdade de psicologia como filósofos ou sociológicos, apesar das disciplinas destas faculdades.
Também perguntei aos meus colegas da página Psicólogos e Psicologias do Brasil, no facebook, mas todos desconheciam se esta novidade seria possível.
A resposta do Conselho Federal de Psicologia
Entretanto, continuei curioso. E se esta possibilidade de uma pós para prescrever medicamentos fosse verdadeira e eu – como muitos colegas profissionais da psicologia – apenas não estivéssemos cientes?
Por isso, como sempre é indicado, fiz questão de perguntar para o setor de Orientação e Fiscalização do Conselho Federal de Psicologia.
A resposta foi como segue:
“Prezado Felipe,
Informamos que a prescrição de medicamentos é uma atribuição privativa da medicina e não uma técnica psicológica; assim, a prescrição pode ser caracterizada como exercício ilegal da profissão. Provavelmente essa pós oferecida é aberta aos profissionais de saúde a título de conhecimento e não de prática.
Além do exposto, o Código de Ética Profissional do Psicólogo em seu Art. 1º -São deveres fundamentais dos psicólogos, afirma:
(…) c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentadas na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
Ainda,
Art. 2º- Ao psicólogo é vedado:
(…) f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
Atenciosamente,
Andréia Saturnino, Psicóloga Fiscal CRP 04/22984
Conclusão
Portanto, conclui-se que a o profissional da psicologia não pode prescrever medicamentos. Talvez, o que pode ter acontecido, foi um mal entendido. Afinal, podemos sim fazer pós-graduações em certas faculdades ligadas à medicina e à saúde para conhecermos mais. Porém, temos que saber separar o conhecimento que pode auxiliar nas práticas da psicologia dos conhecimentos que dão base prática para outras áreas de atuação como medicina, farmácia, entre outras.
Por fim, gostaria de salientar que o profissional da psicologia também não prescreve florais de Bach nem homeopatias.
Porém, para deixar totalmente claro, um profissional pode ter duas profissões. No Brasil, nada impede que um sujeito tenha duas ou mais profissões.
Por exemplo, pode ter feito um Curso de Homeopatia como da Universidade Federal de Viçosa e ter uma outra profissão. Entretanto, terá que separar as duas práticas: a prática da psicologia é uma coisa e a prática da homeopatia é outra (assim com ter um curso de Florais de Bach) e, em última instância, até se for o caso de ter duas graduações, uma em psicologia e outra em medicina/psiquiatria.
Como psiquiatra, poderá receitar as drogas que achar necessário. Como médico, poderá prescrever os medicamentos que achar necessário. Mas como psicólogo, deverá se ater às regras do Conselho Federal de Psicologia.
Dúvidas, sugestões, comentários, por favor, escreva abaixo!
Admiro o ramo da psicologia,sempre me fascinou o poder que os psicólogos tem sobre a mente do ser humano.Tentei estudar psicologia,mas o destino me colocou diante de crianças…ou seja,sou professora de educação infantil,e amo o que faço,porém não esqueço a psicologia. Boa noite.
Uma criança que só vive com o pai sem a mãe, que procura carinho, atenção de mãe vê em outras mães o suporte dele, principalmente nas amigas do pai que encontram barreiras por parte da madrasta, que não tem tempo para ele , o que devo fazer eu também estou a sofrer com isso tudo ajudem-me por favor a encontrar solução como (psicóloga) foi me posto esta situação para que eu ajude a solucionar o caso.
Olá Augusta!
Neste caso, sugiro que você faça supervisão clínica com um profissional mais experiente em sua cidade, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Gostaria muito de saber o por que fazer psicologia?
Quais vantagens e dificuldades. Estou em dúvida entre psicologia e odontologia.
Me dê uma luz me envie para o meu email.
Atenciosamente Lucas Almeida
Olá Lucas,
Veja aqui – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2013/06/pros-e-contras-de-fazer-a-faculdade-de-psicologia.html
Atenciosamente,
Felipe de Souza
EU VOU COMEÇA UM TRATAMENTO PSICOLOGICO E ESTOU ANSIOSA POS QUERO SABER COMO É UM TRATAMENTO PSICOLOGICO.
Eu soube que nos EUA alguns Psicólogos podem prescrever remédios! Talvez a professora da UFMG estivesse falando a respeito dos Estados Unidos.
Boa tarde ! estive pesquisando e realmente procede Hellen, nos Estados unidos alguns psicólogos prescreve medicamentos, e isso é uma polêmica lá , porém como moramos no Brasil, é sempre bom estamos atentos as coisas daqui , a professora cometeu um equivoco, sou estudante de psicologia , e bem antes de ingressar na universidade , fiz uma pesquisa sobre a profissão , a grade , tudo relacionado …então conclui que realmente é o que quero fazer ! Professor sou sua admiradora número 1.. excelente trabalho !
Considero esta restrição um absurdo. Tenho certeza absoluta de que um psicólogo, APÓS uma pós em psicofarmacologia, seria o profissional com mais qualificação para prescrever. Porque ninguém estuda o sofrimento mental tanto quanto o psicólogo, e por isto tem mais condições de avaliar a necessidade específica do paciente. Um dos problemas que mais se observa na área, é a dificuldade de se encontrar a melhor solução para o problema paciente-medicação. Acredito que o psicólogo seria de grande importância na solução desta questão.