Olá amigos!
Ontem eu escrevi um novo texto aqui no site sobre a Falsidade nas Redes Sociais: Aparência e Essência. Como houve muitas solicitações, nos comentários e por email, escrevo hoje sobre um dos aspectos mais interessantes do que podemos chamar de vida virtual, ou seja, como as redes sociais – em especial o facebook – mexem nos relacionamentos amorosos.
Evidente que poderíamos ver também o lado mágico e romântico dessa união entre os relacionamentos e as redes sociais, como namoros e até casamentos que começam virtuais e se tornam reais. Mas o meu objetivo com este texto é outro. Procurarei compartilhar com vocês alguns aspectos que afetam as pessoas e que acabam sendo questões que aparecem frequentemente no consultório como desconfiança, ciúmes, invasão de privacidade.
O meu ponto de vista é baseado na psicologia cognitiva. Utilizo como base o livro Love is never enough, ainda sem tradução para o português. Em tradução livre, teríamos como título do livro de Aaron Beck, O amor nunca é suficiente.
O amor nunca é suficiente
Como este fantástico livro do criador da psicologia cognitiva ainda não foi traduzido para nossa língua, pretendo fazer em breve um curso em vídeo, completo, sobre o mesmo. Mas já adiantando um pouquinho o conteúdo, a ideia central do livro é que o amor nunca é suficiente para que uma relação amorosa dê certo porque cada pessoa tem as suas crenças, os seus pensamentos, os seus sentimentos e – a não ser que ela os comunique – eles continuarão sempre “encobertos” das outras pessoas, inclusive do seu grande amor.
Em outras palavras, digamos que eu esteja me sentindo cansado de um longo dia de trabalho e minha esposa chega em casa querendo contar tudo o que ela viu e ouviu. A minha expressão facial, de cansaço, pode ser interpretada por ela como desinteresse, como descaso. E, a não ser que eu diga expressamente o que estou sentindo – cansaço – ela nunca vai saber o que realmente se passa em meu interior.
E é aqui que entra a tão batida questão de que o mais importante em qualquer relação é a comunicação. Como diria Chacrinha, “quem não se comunica se trumbica”.
O que é curioso nisso tudo é que nós nunca vamos saber realmente o que os outros pensam e sentem. Podemos tentar interpretar, podemos estudar micro-expressões (como a série Lie to me), podemos estudar psicanálise e entender os atos falhos, podemos desenvolver a intuição, mas, no final das contas, cada pessoa tem e terá para sempre um universo particular, que ela poderá colocar para fora se quiser, mas que, em última instância, permanecerá seu e só seu.
Privacidade e redes sociais
As redes sociais, por definição, são sociáveis, ou seja, foram criadas para que as pessoas se comuniquem, troquem mensagens, compartilhem gostos e preferências. Entretanto, elas também comportam a ideia de privacidade.
O tumblr, por exemplo, permite que a pessoa crie o seu perfil e permaneça anônimo se quiser. O facebook, por outro lado, exige que o perfil seja real, com o nome verdadeiro e até limita o número de pessoas que você pode adicionar, a fim de que as pessoas adicionadas sejam amigas ou conhecidas, ou, pelo menos, conhecidas de conhecidos. Porém, embora muitas pessoas não saibam, no face também podemos limitar o que compartilhamos para certos grupos. Assim, posso compartilhar uma imagem apenas com amigos e outra imagem apenas com familiares.
Voltando ao tema do nosso texto, o que eu gostaria de dizer sobre a privacidade e os relacionamentos amorosos é que as pessoas acabam se esquecendo que por mais que se queira controlar e vigiar o comportamento do parceiro ou da parceira, ela continuará tendo o seu “universo particular”, dentro de si, dentro e fora das redes sociais.
Por exemplo, podemos imaginar um homem super ciumento que, com seus conhecimentos da tecnologia, consegue invadir o perfil da sua noiva. O que ela vai encontrar vai depender do comportamento dela. A questão é que, no final das contas ele nunca vai conseguir invadir os seus pensamentos e sentimentos, não é mesmo? E, ainda que ela possa ter um comportamento impecável online, ela ainda assim pode ter certos desejos inconfessáveis…
De toda forma, vemos todo tipo de saída para a questão do ciúme do que o outro ou a outra faz online. Alguns casais tem dois perfis e as senhas são conhecidas de ambos, outros já criam um perfil só (para não criar encrenca), enquanto outros tem cada um a sua vida separada e a privacidade de senhas desconhecidas.
A confiança e a desconfiança
Penso que todas estas soluções são possíveis e cada casal deve escolher o que lhe cabe melhor. Porém, o que é digno de nota é a confiança e a desconfiança que fica por trás destes contratos. Já vi casos de pessoas que compartilham as suas senhas, mas mantém contas secretas escondidas. Outros chegam ao ponto de não criar um perfil para justamente não criar brigas e desentendimentos.
Será que o amor não é mesmo suficiente para que cada um tenha a sua individualidade, real e virtual?
É uma pergunta para se pensar. Levando em conta a obra de Aaaron Beck, e considerando os chamados comportamentos encobertos (pensamentos, sentimentos, sensações, crenças), a resposta vai na direção de que, qualquer que seja o acordo do casal para o online, conversar é a melhor estratégia. Nem sempre conseguimos interpretar, imaginar, antever a intenção da outra pessoa.
Nesse sentido, a incerteza é até útil para que uma conversa franca seja iniciada. Melhor se não for uma conversa quase-briga.
Conclusão
Evidentemente, o online é uma parte (apenas uma parte) do mundo real. Não devemos entender como uma entidade separada, como uma realidade além. Por isso, a recomendação geral para o comportamento é simples: fazer online o que se faria fora do ambiente online.
Estes textos são muito proveitosos, trazem uma melhor visão de uma realidade que vivemos . Este leque de reflexões nos ativa ao desempenho melhor socialmente, como pessoas.
Ola.. bem interessante o texto sobre relacionamentos e o Facebook. A minha vivência é a de quem excluiu o perfil para evitar encrencas. O parceiro é ciumento.. embora o perfil dele esteja no ar, busco não ficar nessa incerteza da fidelidade dele. Conflito na certa… rsrsr
Obrigada por trazer seus textos com temas bem atuais e necessários de serem discutidos.
gostei muito, o texto aborda uma realidade latente e odierna é preciso realmente que se escreva mais sobre esse assunto
Olá Raimundo!
Obrigado!
Fico muito feliz que tenha gostado!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Andrea!
Obrigado querida!
Fico muito feliz que tenha achado interessante o texto!
E é bem isso mesmo: cada um deve escolher o que é melhor para si.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Parabéns pelo texto…
Obrigado Angélica!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
felipe, Acredito que a formula é simples: Saber o que queremos e com quem queremos.
Olá Arlene!
Muito legal! Sucinto e preciso!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Gostei sim ! Afinal Se tiver de trair ou não isso vai de cada um !! O face não é a unica porta
Verdade Yan!
O assunto relacionamentos,amizade,amor,namoro,via internet,faceboock.o seu texto esta muito bom.Só que é muito dificil,conhecer o Ser humano,e principalmente via internet,existe muita hipocrisia.Tenho uma amiga que conversa com um pretendente e que na vespera dele casar com outra,ele mandou um e-mail falando com ela que iria passar uns dias em Colorado e dá próxima vez os dois poderiam ir já casados.Incrivel é que ela conseguiu descobrir toda a mentira que ele usou.Ficou muito feio para ele.
Olá Marlene!
Você apontou um detalhe muito importante. No mundo virtual as pessoas são mais propensas a mentir.
Entretanto, como toda e qualquer relação com as pessoas, podemos encontrar pessoas verdadeiras e pessoas mentirosas. É preciso saber avaliar.
Atenciosamente,
Felipe de Souza